sábado, 4 de julho de 2015

Portugal é um dos desastres económicos da Europa, assinala Krugman

O Nobel da Economia lembra que "Portugal também obedeceu à ordem para implementar uma dura austeridade e está agora 6% mais pobre do que antes". Paul Krugman volta a apelar ao 'não' no referendo grego, defendendo que se ganhar o "sim", os gregos estarão a dar "poder e coragem aos arquitetos do falhanço da Europa".

Foto de José Carlos
 
Num artigo intitulado “Os vários desastres económicos da Europa”, publicado na sua coluna no The New York Times, o Nobel da Economia desmonta a ideia de que a Grécia é um caso isolado.
Krugman dá o exemplo da Finlândia, ironizando que este país "não poderia ser mais diferente dos corruptos e irresponsáveis" países do Sul da Europa, além de ser um "modelo de sociedade europeia, com um governo honesto, finanças públicas sólidas, rating sólido e que consegue financiar-se nos mercados a taxas incrivelmente reduzidas".
O economista lembra que oito anos de crise económica na Finlândia já cortaram o PIB per capita no país em 10% e que "não há sinais de que pare por aqui".
Se não fosse a crise no Sul, a Finlândia poderia "muito bem ser vista como o desastre épico europeu", vinca.
O Nobel da Economia refere, porém, que a Finlândia não está sozinha, fazendo parte de “um arco de declínio económico que se estende desde a Europa do Norte através da Dinamarca – que não faz parte do euro mas gere o seu dinheiro como se fizesse – até à Holanda.
Paul Krugman assinala ainda o exemplo de outros países do Sul da Europa, como a Espanha, que tem uma "taxa de desemprego de quase 23% e o PIB per capital está ainda 7% abaixo dos níveis pré-crise"ou Portugal, que também obedeceu à ordem para implementar uma dura austeridade e está agora 6% mais pobre do que antes".
Referindo que ao aderirem ao euro estas economias colocaram-se num "colete de forças", o economista norte americano destaca que "tal não quer dizer que seja altura de acabar" com a moeda única. "O que é urgente é aliviar o colete de forças", esclarece.
Sobre o referendo grego, o Nobel da Economia alerta que, se ganhar o "sim", os gregos estarão a dar "poder e coragem aos arquitetos do falhanço da Europa".
"Os credores já demonstraram a sua força e capacidade de humilhar quem desafiar as suas exigências de austeridade sem fim. E vão continuar a reclamar que impor desemprego em massa é o único caminho responsável", avança.
Caso o 'não' vença no domingo, Krugman reconhece que esse resultado levará a um “terreno assustador e desconhecido" e que a Grécia poderá ter que sair do euro, contudo, defende que este cenário "oferece à Grécia uma hipótese real de recuperação" e será um "choque para a complacência das elites europeias".
Referindo que é “razoável recear as consequências de um 'não', porque ninguém sabe o que virá a seguir”, o economista norte americano salienta que há ainda mais razões para “temer as consequências de um voto no ‘sim’, já que, nesse caso, já sabemos o que virá a seguir – mais austeridade, mais desastres e eventualmente uma crise muito pior do que algo que já tenhamos visto até agora".
 
 
 
 
 
Artigo completo em:   esquerda.net

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