quinta-feira, 12 de julho de 2012

Dossiê de Relvas sem comprovativos da avaliação

Documentos disponibilizados aos jornalistas pela Lusófona não indicam nomes de professores nem têm referências aos exames que terão sido feitos pelo ministro.

No processo do ministro não constam todos os comprovativos dos cargos exercidos ou as datas durante as quais exerceu essas funções
No processo do ministro não constam todos os comprovativos dos cargos exercidos ou as datas durante as quais exerceu essas funções Alberto Frias

Os documentos que os jornalistas puderam consultar sobre a atribuição da licenciatura em Ciência Política ao ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares nada dizem sobre as que datas em que Miguel Relvas prestou provas na Universidade Lusófona, os nomes dos professores que o avaliaram ou as notas obtidas nos diferentes momentos de avaliação previstos.

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Também não se encontra no dossier nenhum comprovativo da realização da cadeira de Ciência Política e Direito Constitucional na Universidade Livre, a única que Miguel Relvas tinha concluído quando apresentou a sua candidatura à Lusófona, em 2006.

Apesar de não ter mais nenhuma disciplina feita, a instituição de ensino acabou por dar equivalência a 32 das 36 cadeiras que compõem o curso de Ciência Política e Relações Internacionais, justificando-o com a "elevada experiência profissional que se reparte por três domínios: cargos públicos, funções políticas e nos domínios empresariais e de intervenção social e cultural".

O parecer de três páginas - assinado por Fernando dos Santos Neves, então reitor da Universidade, e José Feliciano, na altura diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Lusófona - que sustenta estas equivalências tece considerações genéricas sobre a forma como o percurso profissional de Miguel Relvas lhe foi dando competências e conhecimentos nos vários domínios científicos do curso.

Nesse sentido, propõe a atribuição de 160 créditos (num total de 180) por todo o percurso de vida do agora ministro, sem especificar que cargo específico dava direito a dispensar a determinada cadeira. Os restantes 20 créditos seriam obtidos com a frequência e avaliação de quatro cadeiras do curso. No entanto, no processo do ministro não constam todos os comprovativos dos cargos exercidos ou as datas durante as quais exerceu essas funções.

O despacho que formaliza a atribuição das equivalências é assinado novamente por Fernando dos Santos Neves, não havendo referência nos documentos consultados a qualquer intervenção de outros órgãos da instituição, nomeadamente de uma comissão científica que normalmente valida estas creditações.

O Expresso só hoje de manhã conseguiu consultar o dossiê do ministro Miguel Relvas nas instalações da Lusófona. Tal como os restantes órgãos de comunicação social teve apenas meia hora para o fazer.


Acesse ao artigo completo em: Jornal Expresso


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