Conheça o deputado da maioria que votou contra o Orçamento
"Votei livre e conscientemente este Orçamento e tenho a noção que pagarei obviamente um preço sobre essa matéria", afirmou Rui Barreto de 36 anos, natural da ilha da Madeira e filiado no CDS desde 1997.
Desde que
José Manuel Rodrigues, líder dos centristas da Madeira, anunciou, na
semana passada, que ia dar indicações ao deputado no Parlamento nacional
para votar contra o Orçamento que as atenções se centraram em Rui
Barreto.
Rui Barreto foi o primeiro deputado madeirense a furar a
disciplina partidária e votar contra o Orçamento. Filiado no CDS desde
1997, dois anos depois de ter terminado o ensino secundário na Escola
Industrial e Comercial do Funchal, aderiu ao partido tornando-se
mlitante da juventude centrista.
O jovem deputado de 36 anos, na Assembleia desde outubro em
susbstituição, precisamente, de José Manuel Rodrigues,
não defraudou as expectativas deste seu "seu líder", que abandonou o
Parlarmento nacional para não votar contra o OE, e levantou-se
sexta-feira ao lado da oposição ao Governo.
Nos dias que antecederam a votação, Nuno Magalhães
tentou demover Rui Barreto, mas o deputado insular manteve-se fiel a
Rodrigues. Desde que chegara a Lisboa, que anunciara estar na capital
para defender os interesses da Madeira.
"Rapidamente quero entrar no jogo e estar presente na
discussão dos temas que são de interesse para a Madeira", disse à
Agência Lusa quando tomou posse, a 26 de setembro.
Sobre o Orçamento também foi claro: "Tudo vai depender
da proposta final do OE e nesta fase em que ainda está tudo confuso, não
vincularei qualquer sentido de voto", sublinhou na mesma entrevista.
Já em setembro, na sua página no Facebook, Barreto se
tinha mostrado contra o que se previa ser o Orçamento. "Temos de deixar o
papel de "bom aluno" que diz sim a tudo e optarmos por uma posição mais
acutilante." O então deputado regional instava o Governo a encontrar
"outras soluções de reequilibro das contas no Orçamento que não apenas
medidas sobre o rendimento do trabalho".
Motivos nacionais e regionais para votar contra
Rui Barreto, que pertence à Comissão Política do
CDS-Madeira desde 2003, justificou o voto contra com motivos nacionais e
regionais.
Além da crítica à austeridade nacional, o ex-vereador
da câmara do Funchal, durante 2010 e 2011, afirmou que a receita da
sobretaxa do IRS, que reverte para o Estado, deveria pertencer às
regiões.
Agora, está consciente de que a sua posição vai ter um
preço. "Votei livre e conscientemente este Orçamento e tenho a noção que
pagarei obviamente um preço sobre essa matéria", disse em declarações
aos jornalistas após a votação.
Licenciado em gestão de empresas, o deputado,
que Integra a Comissão Parlamentar de Assuntos Europeus, tem pautado as
suas intervenções sobre temas relacionados com a Madeira e com a
privatização da TAP.
Nas últimas eleições na Madeira, foi eleito deputado
regional, cargo que deixou quando foi chamado a exercer funções na
Assembleia da República. No arquipélago, empenhou-se na defesa da Zona
Franca da região e criticou o aumento de impostos para os madeirenses.
"São mais sacrifícios para os madeirenses e para as
empresas. Temos de exigir mais (...) de quem nos governa", disse, ao
"Diário de Notícias" da Madeira, em dezembro, sobre o aumento das taxas
de IRS e IRC.
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