Jardim desmentido por ofício do chefe de gabinete
Líder da Madeira emite mais dois comunicados, fala de "trafulhice" e "manipulação" e pede ao povo que "julgue estas manobras". 
   
Tiago  Miranda    Despacho assinado pelo seu chefe de  gabinete 
desmente afirmações de ontem de Alberto João Jardim    
No ofício, as ordens são claras e pedem a execução das dívidas  de eletricidade nas Câmaras de Funchal, Santa Cruz, Porto Santo e São Vicente,  autarquias que mudaram de cor nas últimas eleições. Se alguma oferecer  "resistência" ou não cumprir o plano de pagamentos, lê-se no texto, a Empresa de  Eletricidade deve proceder de imediato à execução dos valores em falta.  
A divulgação deste documento por parte do matutino madeirense  contrapõe totalmente o "desmentido" emitido ontem por Jardim. O líder do  PSD-Madeira afirmou estar a ser vítima de uma "mentira canalha" por ter sido  tornada pública a sua intenção de cobrar as contas da luz às câmaras que não  eram do PSD. 
Apesar do teor do despacho, Alberto João Jardim insiste que  tudo não passa de uma "habilidade", de "uma trafulhice" e de uma manipulação,  cujo objetivo é atacá-lo. Ao segundo dia do caso da cobrança de dívidas de  eletricidade por parte das sete câmaras que passaram para a oposição, o  presidente do Governo emitiu dois comunicados. O primeiro para dizer que é tudo  "uma trafulhice", o segundo para explicar que a expressão "para execução" não é  tão má quanto parece. 
"Para execução" é uma expressão recorrente nos seus despachos e  não significa, segundo Jardim, que o Governo vá executar patrimonialmente as  autarquias. É, segundo se pode ler nos comunicados da Quinta Vigia, uma questão  de interpretação e "manipulação". Jardim acusa o "Diário de Notícias da Madeira"  de ter manipulado o despacho, mas está descansado quanto ao julgamento da  opinião pública. "O povo que julgue tudo o que está por detrás destas manobras",  sublinha. 
A verdade é que o ofício, assinado pelo chefe de gabinete de  Alberto João Jardim, contém ordens explícitas para que sejam cobradas as faturas  de eletricidade ainda por pagar. No caso do Funchal, cuja dívida é de dois  milhões e 700 mil euros, o despacho refere que a dívida será executada em caso  de "resistência". O que faz prever um braço de ferro já que Paulo Cafôfo, o novo  presidente da Câmara, assegura que só haverá pagamento quando a autarquia  receber o que o Governo Regional e a Empresa de Eletricidade também devem.   Valor que é, segundo Cafôfo, muito superior aos dois milhões e 700 mil devidos  pela autarquia. 
Em Santa Cruz, outra das câmaras visadas no despacho, as  dívidas em causa são antigas, remontam aos anos 90 do século passado. A nova  vereação já reagiu e classifica esta medida como um ato de terrorismo e um  ataque à população, que democraticamente escolheu mudar de liderança. 
No Porto Santo, a informação surpreendeu o novo presidente,  Filipe Menezes de Oliveira. Até porque a autarquia enviou a 10 de outubro um  ofício à Empresa de Eletricidade da Madeira a solicitar a regularização da  dívida de 69 mil euros. 
As dívidas de eletricidade deverão merecer uma reação da  Associação de Municípios da Madeira, que amanhã se reúne pela primeira vez após  as eleições. Os 11 presidentes da câmara vão eleger o novo presidente e Paulo  Cafôfo deverá ser o escolhido. 
Acesse ao Artigo completo em:  Jornal Expresso





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