domingo, 29 de julho de 2012

Bombeiros ameaçam paralisar serviços em Setembro

O Governo vai propor um novo modelo de financiamento das corporações O Governo vai propor um novo modelo de financiamento das corporações (Vasco Célio)
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses disse que a 18 de Agosto as corporações vão “sair à rua” e paralisar de 4 a 6 de Setembro se o Governo não atender às reivindicações da classe.




“Vamos reivindicar na rua como nunca o fizemos. Se os médicos e enfermeiros o fazem, nós também temos esse direito”, afirmou à agência Lusa Jaime Marta Soares, à margem da inauguração das obras de ampliação e remodelação do quartel dos bombeiros da Cruz Verde, em Vila Real.

O dirigente referiu que, na segunda-feira, vai reunir com o Ministro da Administração Interna e o Ministro da Saúde e, disse, “se não saírem soluções das reuniões os bombeiros vão para a rua”. A 18 de Agosto, explicou, haverá manifestações no Porto, Coimbra, Lisboa e Faro e, de 4 a 6 de Setembro, existirá uma paralisação “total” dos serviços pelo país, excluindo assistência a hemodialisados, doentes com cancro e doenças agudas.

Marta Soares referiu que o Ministério da Administração Interna que “está em dívida” com as corporações, acusação que Miguel Macedo nega, acrescentando que o Ministério da Saúde também lhes deve “mais de 20 milhões de euros”. “Os bombeiros têm vindo sempre a baixar-se perante os poderes instituídos e a pagar para prestar socorro, pelo que a situação tem de ser invertida e as corporações ressarcidas”, queixou-se o responsável.

As corporações têm sofrido, segundo o dirigente, muitas dificuldades por causa dos cortes financeiros e da falta de viaturas e ferramentas adequadas para responder às necessidades da população. “Temos de chamar à atenção do poder político para esta problemática porque a manterem-se os cortes e a diminuição das transferências, os bombeiros chegarão a uma altura em que não terão capacidade para sair, combater incêndios e socorrer pessoas”.

A Liga dos Bombeiros reclama ainda uma análise à nova lei das finanças locais, uma reorganização e reformulação do Serviço Nacional de Protecção Civil, que tem “gorduras a mais”, e um período de carência em concursos públicos. “São meia dúzia de coisas que têm de ser tratadas porque, se não forem, vão-nos enfrentar na rua”, observou Jaime Marta Soares.

Face às críticas por parte da Liga dos Bombeiros, o ministro da Administração Interna esclareceu que a sua tutela tem feito um esforço para apoiar os bombeiros. Além disso, Miguel Macedo relembrou o apoio jurídico e médico que é prestado aos bombeiros com maiores necessidades económicas.

O governante recordou ainda o aumento de 50 para 85 por cento da comparticipação na aquisição ou reparação de viaturas danificadas nas ocorrências. “Há, de facto, algumas matérias que carecem de actualização e merecem ser repensadas”, reconheceu.

Miguel Macedo garantiu ainda que, até Setembro, um grupo de trabalho vai desenvolver acções para propor um novo modelo de financiamento das corporações. Este esforço, acrescentou, vai obrigar a racionalizar alguns dispositivos na área da protecção civil.




Acesse ao artigo completo em: O Público

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