terça-feira, 24 de julho de 2012

“Primeiro-ministro está a lixar-se para os portugueses”, acusa líder da CGTP

O sindicalista sublinhou a queda das receitas fiscais com a actividade das empresas O sindicalista sublinhou a queda das receitas fiscais com a actividade das empresas (Rui Gauêncio)
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, acusou o primeiro-ministro de estar a “lixar-se” para os portugueses e considerou que os dados da Execução Orçamental demonstram que as medidas aplicadas pelo Governo não estão a resultar.

“O primeiro-ministro está a lixar-se para os portugueses, senão, se estivesse preocupado com os portugueses, com certeza já tinha invertido as políticas que neste momento são responsáveis pelo aumento da austeridade e dos sacrifícios”, disse Arménio Carlos aos jornalistas numa conferência de imprensa conjunta com o dirigente da UGT, João Proença, e a Secretária-geral da Confederação Europeia de Sindicatos, Bernadette Ségol.

No final de uma audiência com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em São Bento, o líder da Intersindical considerou que “a última consolidação orçamental vem provar que tudo o que foi feito não está a resultar” e argumentou: “Mesmo que o défice atinja os 4,5% no final do ano, é caso para perguntar se por esta via o país está mais desenvolvido, tem perspectivas de crescer economicamente, perspectivas de criar mais e melhor emprego e de dividir melhor o rendimento”.

Salientando que “o que se está a constatar é que nada disso acontece”, o sindicalista destacou que os últimos dados da execução orçamental demonstram que “a despesa assentou fundamentalmente no não pagamento do subsídio de férias aos trabalhadores da administração pública e também do Sector Empresarial do Estado com todas as implicações que isso tem para o rendimento das famílias e também para a própria economia.”

No que diz respeito às receitas, Arménio Carlos destacou que “só há uma que sobe, o IRS, todas as outras estão em queda”. Tal “só demonstra que, no quadro em que a esmagadora maioria das empresas trabalha para o mercado interno, ou teremos cada vez mais empresas a fechar ou invertemos esta política, e se dá resposta à área do mercado interno pela via do investimento”, rematou.

O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou na segunda-feira à noite perante os deputados sociais-democratas que nenhum deles foi eleito para ganhar as próximas eleições e que está disposto a sacrificar os resultados eleitorais pelo interesse nacional.

“Se algum dia tiver de perder umas eleições em Portugal para salvar o país, como se diz, que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal”, declarou Pedro Passos Coelho, durante um jantar do grupo parlamentar do PSD para assinalar o fim desta sessão legislativa, na Assembleia da República.

Ao contrário de Arménio Carlos, o secretário-geral da UGT, João Proença, referiu também na conferência de imprensa que as declarações de Passos Coelho são uma forma de “exprimir que o país está à frente dos partidos”.

“Não acreditamos que haja algum político em Portugal que se lixe para as eleições. É evidente que todos os políticos estão preocupados com as eleições”, afirmou João Proença, repetindo o que a UGT tem vindo a defender, ou seja, a necessidade de “mais medidas para o crescimento e o emprego”.

Acesse ao artigo completo em: O Público

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