O DESASTRE EDUCATIVO
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Crato submeteu-se e pactua com um Estado que deveria poupar nas parcerias público-privadas.
por Paulo Morais
em www.cmjornal.xl.pt
O sistema educativo está em agonia. O número de alunos que se candidata
ao ensino superior público diminui, face à perspetiva do desemprego no
final das licenciaturas. As universidades privadas estão em crise
profunda, provocada pelas dificuldades financeiras das famílias; mas
também pelo declínio da procura de cursos por adultos em busca de
valorização das suas carreiras.
Fecham colégios um pouco por
todo o País. Na escola pública, aumenta o número de alunos por turma,
limita-se a entrada das crianças no ensino básico, as medidas
antipedagógicas são regra. Há despedimentos. A ordem é poupar de forma
cega e sem critério.
O problema tem raízes profundas e muitos
carrascos. Os ministros de vários governos foram pródigos em erros.
Manuela Ferreira Leite aumentou brutalmente os salários dos docentes em
final de carreira, assim comprometendo a sustentabilidade das suas
reformas. Roberto Carneiro e Oliveira Martins endeusaram as teorias das
escolas superiores de educação, o "eduquês".
Lurdes Rodrigues
embarcou num despesismo louco, com a compra de computadores Magalhães e
as construções faraónicas da ‘Parque Escolar’. Todos pactuaram com
negócios pouco claros, sob a forma de convenções atribuídas a grupos
privados de educação com ligações partidárias. Foi a era do despesismo
sem regra e sem limite. As melhorias no ensino foram tíbias, não
obedeceram a qualquer estratégia e ficaram muito aquém da despesa
realizada.
A expectativa com a chegada de Nuno Crato ao governo
era enorme. Crato era um crítico do "eduquês", em particular da
infantilização de alunos e professores. Abominava o sobrepeso dos
sindicatos. Anunciou o fim do domínio do "lobby" corporativo instalado
no ministério, na avenida "cinco de Outubro". Dois anos volvidos, a
deceção é total. À era da despesa sem critério, sucedem-se agora os
cortes sem critério.
Crato submeteu-se e pactua com um Estado
que deveria poupar nas parcerias público-privadas, nos juros da dívida
ou numa defesa sem estratégia. Mas que economiza na educação e
compromete (ainda mais) o futuro do País. Crato subtraiu a educação à
influência dos manda-chuvas da "cinco de Outubro", para se subjugar aos
mangas de alpaca do Ministério das Finanças.
Acesse ao artigo completo em: Correio da Manhã
publicada por O Caçador @ 15:05
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