sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A infecção oportunista do regime




Ao longo da semana que passou, Paulo Portas teve mais uma vez a oportunidade de mostrar qual o seu verdadeiro carácter e por que razão está na política. O antigo director do jornal que contribui para a queda de Cavaco, o antigo ministro da Defesa que não terá recebido luvas na compra de dois submarinos, andou seis dias a fingir que não tinha nada a ver com as mexidas na TSU, remetido a um "silêncio patriótico", ao mesmo tempo que mandava os seus mangas de alpaca criticarem a medida publicamente e passava cartas a jornais nas quais se opunha à decisão governamental. De férias no estrangeiro, não falou. No regresso, também não. Entretanto, levantava-se no país uma onda de repulsa às medidas, da opinião publicada à rua, do PSD ao PCTP-MRPP. Quando percebeu que o melhor seria demarcar-se, não teve pejo em apunhalar Passos Coelho pelas costas e dizer que se opõe a uma medida essencial do Governo de que é o número dois, tendo o distinto descaramento de afirmar que irá fazer tudo para lutar contra "esta medida do Governo", como se o seu ministro, Pedro Mota Soares, não tivesse participado na elaboração da mesma, como se ele próprio não fosse ministro de Estado - Passos Coelho não se cansou de o repetir na entrevista à RTP. 
 
Paulo Portas já percebeu que o Governo é neste momento um morto-vivo. E por isso faz questão de, numa impressionante demonstração de hipocrisia, desonestidade intelectual, falta de lealdade e, acima de tudo, sem-vergonhice, estar no Governo sem estar no Governo. Se fizesse cair o executivo, as culpas recaíram sobre ele. Assim, continua, colocando um pé de fora, assegurando uma eventual sobrevivência do partido que preside. Pintar a cara de preto e cobrir-se de penas seria pouco para este ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. 







Artigo completo em:     Arrastão


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