A infecção oportunista do regime
Ao longo da semana que passou, Paulo Portas teve mais uma vez a 
oportunidade de mostrar qual o seu verdadeiro carácter e por que razão 
está na política. O antigo director do jornal que contribui para a queda
 de Cavaco, o antigo ministro da Defesa que não terá recebido luvas na 
compra de dois submarinos, andou seis dias a fingir que não tinha nada a
 ver com as mexidas na TSU, remetido a um "silêncio patriótico", ao 
mesmo tempo que mandava os seus mangas de alpaca criticarem a medida 
publicamente e passava cartas a jornais nas quais se opunha à decisão 
governamental. De férias no estrangeiro, não falou. No regresso, também 
não. Entretanto, levantava-se no país uma onda de repulsa às medidas, da
 opinião publicada à rua, do PSD ao PCTP-MRPP. Quando percebeu que o 
melhor seria demarcar-se, não teve pejo em apunhalar Passos Coelho pelas
 costas e dizer que se opõe a uma medida essencial do Governo de que é o
 número dois, tendo o distinto descaramento de afirmar que irá fazer 
tudo para lutar contra "esta medida do Governo", como se o seu ministro,
 Pedro Mota Soares, não tivesse participado na elaboração da mesma, como
 se ele próprio não fosse ministro de Estado - Passos Coelho não se 
cansou de o repetir na entrevista à RTP. 
Paulo Portas já percebeu que o Governo é neste momento um morto-vivo.
 E por isso faz questão de, numa impressionante demonstração de 
hipocrisia, desonestidade intelectual, falta de lealdade e, acima de 
tudo, sem-vergonhice, estar no Governo sem estar no Governo. Se fizesse 
cair o executivo, as culpas recaíram sobre ele. Assim, continua, 
colocando um pé de fora, assegurando uma eventual sobrevivência do 
partido que preside. Pintar a cara de preto e cobrir-se de penas seria 
pouco para este ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. 
Artigo completo em: Arrastão
        
    
  




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