Fisco e justiça apertam cerco à Webrand e PSD
	 
    
    
     
    
O Ministério Público e as Finanças estão a 
apertar o cerco à Webrand. Os maiores proveitos da agência de 
publicidade vieram de campanhas eleitorais do PSD. A empresa é suspeita 
de fraude fiscal qualificada e existem indícios de proteção política. 
Quais são os inquéritos que envolvem a agência e fazem disparar os 
alarmes no partido do Governo?
 

 
 
 
Entre 2008 e 2011, a Webrand foi uma das agências de confiança do 
PSD. Dezenas de candidaturas autárquicas, de Luís Filipe Menezes (Gaia) a
 Guilherme Aguiar (Matosinhos), tiveram a sua marca. ?A empresa de 
publicidade não se limitou a eleições locais: trabalhou para campanhas 
internas do partido, entre as quais a de Marco António Costa à 
presidência da distrital do PSD/Porto. A nível nacional, produziu 
materiais para a candidatura de Manuela Ferreira Leite à chefia do 
Governo, ajudou Paulo Rangel a chegar ao Parlamento Europeu e contribuiu
 para guindar Pedro Passos Coelho a primeiro-ministro nas legislativas 
de 2011. O "euromilhões" saiu à Webrand em 2009, quando foi convidada 
pelo PSD para trabalhar nas eleições europeias, legislativas e 
autárquicas desse ano. As três campanhas foram, à época, coordenadas 
pelo atual secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho 
Branquinho. Num email então enviado a um fornecedor que contestava as 
práticas da agência, Branquinho admitiu a relação "franca e aberta" com a
 Webrand, avaliou a relação com o PSD como "muito positiva" e 
"gratificante" e elogiou a "total disponibilidade" da empresa "para 
ultrapassar as questões que vão sendo colocadas". 
A Webrand foi fundada em 2008, na mesma altura em que a antecessora 
Grafinvest caminhava para o ocaso, com problemas financeiros, dívidas à 
Segurança Social e clientes em fuga. Do céu à queda em desgraça, a 
Grafinvest e a Webrand são irmãs gémeas. A primeira implantou-se à custa
 de bons contratos na órbita socialista. ?A sucessora virou-se para a 
outra face do bloco central. Depois de anos de chorudos negócios com 
campanhas eleitorais do PSD e ajustes diretos ganhos pelo seu universo 
empresarial em municípios onde ajudou a eleger os respetivos autarcas, a
 empresa está a tentar evitar a insolvência através de um Plano Especial
 de Revitalização (PER) que mereceu, entre outros, o voto favorável do 
credor Finanças.
Ao mesmo tempo, a Webrand está no centro de vários inquéritos, 
separados entre si. Um é da responsabilidade do DIAP do Porto e da 
Divisão de Processos Criminais e Fiscais das Finanças. Outro, no 
Ministério Público de Gaia, abrange os mandatos de Luís Filipe Menezes 
no município. Um último foi aberto pela Direção de Serviços de Auditoria
 Interna da Autoridade Tributária na sequência de uma reportagem da 
VISÃO. Neles existe matéria e testemunhos que levantam suspeitas de 
fraude qualificada e proteção política. Nos últimos meses foram feitas 
novas diligências e interrogatórios e, segundo as fontes da VISÃO, o 
cerco à agência poderá estar a apertar-se. Um outro inquérito, que 
correu em Gaia e onde foram recolhidos depoimentos sobre alegadas 
motivações políticas favoráveis à agência de publicidade, foi entretanto
 arquivado. Afinal, que segredos guarda a Webrand?
 
        
    
   
  
  
  
 
  
  
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