Eurodeputados pedem investigação sobre investimentos de Isabel dos Santos em Portugal
Um grupo de eurodeputados do Intergrupo Parlamentar para a Integridade e Transparência defendeu a investigação da compra da Efacec e de outros investimentos em Portugal pela empresária angolana Isabel dos Santos.
Um comunicado da delegação portuguesa no Grupo dos
Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, refere que quatro
eurodeputados do Intergrupo Parlamentar para a Integridade e
Transparência, incluindo a eurodeputada portuguesa Ana Gomes, pediram à
Comissão Europeia, à Autoridade Bancária Europeia (ABE), ao Banco
Central Europeu (BCE) e ao Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI)
para que "averiguem, no contexto das suas competências, a legalidade da
compra da empresa portuguesa Efacec pela Senhora D. Isabel dos Santos,
filha do Presidente angolano José Eduardo dos Santos, face à legislação
europeia anti-branqueamento de capitais".
Em causa está, lê-se no comunicado, a compra por Isabel dos Santos,
em parceria com a Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade
(ENDE), "uma empresa detida exclusivamente pelo Estado angolano", de 65%
da Efacec Power Solutions, ao mesmo tempo que "novos relatórios
indicaram que a Efacec, após a compra, se tornaria o fornecedor de
equipamentos elétricos para três barragens em construção em Angola,
nomeadamente Cambambe e Lauca".
Para este grupo de deputados, "o Estado angolano pode estar, indireta
e ilegalmente, a financiar investimentos privados de Isabel dos
Santos", uma vez que a aquisição foi feita "através da Winterfell
Industries, uma empresa-veículo, com sede na Zona Franca da Madeira, com
um capital social de apenas 50 mil euros", e que "o Presidente (de
Angola) José Eduardo dos Santos emitiu, em Agosto deste ano, uma ordem
presidencial autorizando a compra pelo Estado angolano de 40% da
Winterfell, por preço desconhecido - operação que suscita a
possibilidade de o Estado angolano estar, indiretamente e ilegalmente, a
financiar investimentos privados de Isabel dos Santos".
O comunicado refere ainda que o facto de Isabel dos Santos ser uma
PPE (Pessoa Politicamente Exposta), "obriga as instituições financeiras
envolvidas - neste caso, os bancos que financiaram a operação, Caixa
Geral de Depósitos, BCP, BPI, Montepio e BIC - a efetuarem diligências
reforçadas para apurar a origem dos capitais de financiamento e
garantia".
Para além da questão da compra da Efacec, "os eurodeputados pedem,
por isso, ao BCE, à Comissão Europeia e à ABE para que, enquanto agentes
de supervisão da integridade do sistema financeiro europeu, apurem
junto do Banco de Portugal - entidade supervisora nacional -- e
instituições financeiras se a regulação europeia está a ser efetivamente
cumprida nesta aquisição, e também noutras participações significativas
que Isabel dos Santos já detém em Portugal, nomeadamente no setor do
petróleo, através da Galp, na banca através do BPI e do Banco BIC, e nas
telecomunicações, através da NOS, para além de outros investimentos
imobiliários", conclui o comunicado.
Dinheiro Digital com Lusa
Artigo completo em: Dinheiro Digital
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial