sábado, 17 de outubro de 2015

Eurodeputados pedem investigação sobre investimentos de Isabel dos Santos em Portugal


Eurodeputados pedem investigação sobre investimentos de Isabel dos Santos em Portugal


Um grupo de eurodeputados do Intergrupo Parlamentar para a Integridade e Transparência defendeu a investigação da compra da Efacec e de outros investimentos em Portugal pela empresária angolana Isabel dos Santos.

Um comunicado da delegação portuguesa no Grupo dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, refere que quatro eurodeputados do Intergrupo Parlamentar para a Integridade e Transparência, incluindo a eurodeputada portuguesa Ana Gomes, pediram à Comissão Europeia, à Autoridade Bancária Europeia (ABE), ao Banco Central Europeu (BCE) e ao Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) para que "averiguem, no contexto das suas competências, a legalidade da compra da empresa portuguesa Efacec pela Senhora D. Isabel dos Santos, filha do Presidente angolano José Eduardo dos Santos, face à legislação europeia anti-branqueamento de capitais".
Em causa está, lê-se no comunicado, a compra por Isabel dos Santos, em parceria com a Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE), "uma empresa detida exclusivamente pelo Estado angolano", de 65% da Efacec Power Solutions, ao mesmo tempo que "novos relatórios indicaram que a Efacec, após a compra, se tornaria o fornecedor de equipamentos elétricos para três barragens em construção em Angola, nomeadamente Cambambe e Lauca".
Para este grupo de deputados, "o Estado angolano pode estar, indireta e ilegalmente, a financiar investimentos privados de Isabel dos Santos", uma vez que a aquisição foi feita "através da Winterfell Industries, uma empresa-veículo, com sede na Zona Franca da Madeira, com um capital social de apenas 50 mil euros", e que "o Presidente (de Angola) José Eduardo dos Santos emitiu, em Agosto deste ano, uma ordem presidencial autorizando a compra pelo Estado angolano de 40% da Winterfell, por preço desconhecido - operação que suscita a possibilidade de o Estado angolano estar, indiretamente e ilegalmente, a financiar investimentos privados de Isabel dos Santos".
O comunicado refere ainda que o facto de Isabel dos Santos ser uma PPE (Pessoa Politicamente Exposta), "obriga as instituições financeiras envolvidas - neste caso, os bancos que financiaram a operação, Caixa Geral de Depósitos, BCP, BPI, Montepio e BIC - a efetuarem diligências reforçadas para apurar a origem dos capitais de financiamento e garantia".
Para além da questão da compra da Efacec, "os eurodeputados pedem, por isso, ao BCE, à Comissão Europeia e à ABE para que, enquanto agentes de supervisão da integridade do sistema financeiro europeu, apurem junto do Banco de Portugal - entidade supervisora nacional -- e instituições financeiras se a regulação europeia está a ser efetivamente cumprida nesta aquisição, e também noutras participações significativas que Isabel dos Santos já detém em Portugal, nomeadamente no setor do petróleo, através da Galp, na banca através do BPI e do Banco BIC, e nas telecomunicações, através da NOS, para além de outros investimentos imobiliários", conclui o comunicado.

Dinheiro Digital com Lusa






Artigo completo em:  Dinheiro Digital

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