quarta-feira, 24 de junho de 2015

Esqueçam a Grécia, Portugal "é uma bomba-relógio", diz-se nos EUA

Especialista vê recuperação aparente, que esconde problemas difíceis de resolver. Economia portuguesa é vista como “bomba-relógio” que pode explodir após as legislativas.


A situação grega pode estar em via de ser solucionada, mas a preocupação em torno da Zona Euro não deverá acabar tão cedo. Um dos analistas financeiros de maior destaque nos Estados Unidos defende que Portugal deve ser alvo de maiores cuidados, uma vez que o contexto económico e financeiro faz prever “uma segunda crise portuguesa”.
  
Mathew Lynn, que escreveu o livro ‘Bust: Greece, The Euro and The Sovereign Debt Crisis, defendeu na sua coluna semanal no site Market Watch que a economia portuguesa tem “níveis de dívida insustentáveis”, que “não permitem uma recuperação estável da economia.
O jornalista económico identifica vários sinais de risco, e fala de um país que “à superfície parece estar bem melhor do que há três anos atrás”, mas que “poderá afinal não estar salvo”. Mathew Lynn refere os números do endividamento que mostram uma realidade “preocupante”: quando se junta a dívida do Estado à das famílias e empresas, Portugal é o país com saldo mais negativo da Zona Euro, à frente até da Grécia.
Para aumentar as preocupações, a aproximação das eleições legislativas está a levantar muitas dúvidas. A possível vitória do PS é vista com um “travão à austeridade”, que poderá levar à bancarrota “até ao Natal”.
“Portugal é uma bomba-relógio prestes a explodir”, afirma Mathew Lynn, antes de concluir: “A maior parte das pessoas acham que o centro da crise da Zona Euro está em Atenas, mas a verdade é que poderá estar também em Lisboa”.
 
 
 
 
Acesso completo em:  Noticias ao Minuto


domingo, 7 de junho de 2015

A verdade escondida sobre CAVACO SILVA!!!

A verdade Escondida de Cavaco Silva


Este é o artigo, que mais define o Presidente que temos. Quando tivemos um Primeiro Ministro assim, e voltamos a ter novamente esta figura no poder, como Presidente, que poderei pensar eu das cabeças que votam neste País.......
Porque ainda tenho memória! Quem ouvir Cavaco Silva e não o conhecer bem, ficará a pensar que está perante alguém que nada teve a ver com a situação catastrófica em que se encontra este país. Quem o ouvir e não o conhecer bem, ficará a pensar que está perante alguém que pode efectivamente ser a solução para um caminho diferente daquele até aqui seguido. Só que... Este senhor, ou sofre de amnésia, ou tem como adquirido que nós portugueses temos todos a memória curta, eu diria mesmo, muito curta.
Vejamos, então qual o contributo de Cavaco Silva para que as coisas estejam como estão e não de outra maneira:
Cavaco Silva foi ministro das finanças entre 1980 e 1981 no governo da AD. Foi primeiro-ministro de Portugal entre 1985 e 1995 (10 anos!!!). Cavaco Silva foi só a pessoa que mais tempo esteve na liderança do governo neste país desde o 25 de Abril. É presidente da República desde 2005 até hoje (5 anos) Por este histórico, logo se depreende que este senhor nada teve a ver com o estado actual do país.
Mas vejamos quais foram as marcas deixadas por Cavaco Silva nestes anos todos de andanças pelo poder:
Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro alterou drasticamente as práticas na economia, nomeadamente reduzindo o intervencionismo do Estado, atribuindo um papel mais relevante à iniciativa privada e aos mecanismos de mercado.
Foi Cavaco Silva quem desferiu o primeiro ataque sobre o ensino “tendencialmente gratuíto”.
Foi Cavaco Silva o pai do famoso MONSTRO com a criação de milhares de “jobs” para os “boys” do PPD/PSD e amigos.  Além de ter inserido outros milhares de “boys” a recibos verdes no aparelho do Estado.
Foi no “consulado Cavaquista” que começou a destruição do aparelho produtivo português. Em troca dos subsídios diários vindos da então CEE, começou a aniquilar as Pescas, a Agricultura e alguns sectores da Indústria. Ou seja: começou exactamente com Cavaco Silva a aniquilação dos nossos recursos e capacidades.
Durante o “consulado Cavaquista”, entravam em Portugal muitos milhões de euros diáriamente como fundos estruturais da CEE. Pode-se afirmar que foram os tempos das “vacas gordas” em Portugal. Como foram aplicados esses fundos?
O que se investiu na saúde? E na educação? E na formação profissional?
Que reforma se fez na agricultura? O que foi feito para o desenvolvimento industrial?
A situação actual do país responde a tudo isto! NADA!
Mas então como foi gasto o dinheiro?
Simplesmente desbaratado sem rigor nem fiscalização pela incompetência do governo de Cavaco Silva.
Tal como eu, qualquer habitante do Vale do Ave, minimamente atento, sabe como muitos milhões vindos da CEE foram “surripiados” com a conivência do governo “Cavaquista”.
Basta lembrar que na época, o concelho de Felgueiras era o local em Portugal com mais Ferraris por metro quadrado.
Quando acabaram os subsídios da CEE, onde estava a modernização e o investimento das empresas? Nos carros topo de gama, nas casas de praia em Esposende, Ofir, etc. Etc.
Quanto às empresas... Essas faliram quase todas. Os trabalhadores - as vítimas habituais destas malabarices patronais - foram para o desemprego, os “chico-espertos” que desviaram o dinheiro continuaram por aí como se nada se tivesse passado.
Quem foi o responsável? Óbviamente, Cavaco Silva e os seus ministros!
Quanto à formação profissional... Talvez ainda possamos perguntar a Torres Couto como se fartou de ganhar dinheiro durante o governo Cavaquista, porque é que teve que ir a tribunal justificar o desaparecimento de milhões de contos de subsídios para formação profissional. Talvez lhe possamos perguntar: como, porquê e para quê, Cavaco Silva lhe “ofereceu” esse dinheiro.
Foi também o primeiro-ministro Cavaco Silva que em 1989 recusou conceder ao capitão de Abril, Salgueiro Maia, quando este já se encontrava bastante doente, uma pensão por “Serviços excepcionais e relevantes prestados ao país”, isto depois do conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República ter aprovado o parecer por unanimidade.
Mas foi o mesmo primeiro-ministro Cavaco Silva que em 1992, assinou os pedidos de reforma de 2 inspectores da polícia fascista PIDE/DGS, António Augusto Bernardo, último e derradeiro chefe da polícia política em Cabo Verde, e Óscar Cardoso,  um dos agentes que se barricaram na sede António Maria Cardoso e dispararam sobre a multidão que festejava a liberdade.
Curiosamente, Cavaco Silva, premiou os assassinos fascistas com a mesma reforma que havia negado ao capitão de Abril Salgueiro Maia, ou seja: por “serviços excepcionais ou relevantes prestados ao país".
Como tenho memória, lembro-me também que Cavaco Silva e o seu “amigo” e ministro Dias Loureiro foram os responsáveis por um dos episódios mais repressivos da democracia portuguesa. Quando um movimento de cidadãos, formado de forma espontânea, se juntou na Ponte 25 de Abril, num "buzinão" de bloqueio, em protesto pelo aumento incomportável das portagens. Dias Loureiro (esse mesmo do BPN e que está agora muito confortávelmente em Cabo Verde), com a concordância do chefe, Cavaco Silva, ordenou uma despropositada e desproporcional carga policial contra os manifestantes. Nessa carga policial “irracional”, foi disparado um tiro contra um jovem, que acabou por ficar tetraplégico.
Era assim nos tempos do “consulado Cavaquista”, resolvia-se tudo com a repressão policial. Foi assim na ponte, foi assim com os mineiros da Marinha Grande, foi assim com os estudantes nas galerias do Parlamento...
Foi ainda no reinado do primeiro-ministro Cavaco Silva, que o governo vetou a candidatura de José Saramago a um prémio literário europeu por considerar que o seu romance “O Evangelho segundo Jesus Cristo” era um ataque ao património religioso nacional.
Este veto levou José Saramago a abandonar o país para se instalar em Lanzarote, na Espanha, onde viveu até morrer. Considerou Saramago, que não poderia viver num país com censura.
Cavaco Silva foi o Presidente da República nos últimos 5 anos. Sendo ele o dono da famosa frase: “nunca tenho dúvidas e raramente me engano”, como é que deixou Portugal chegar até à situação em que se encontra?
Mais! Diz a sabedoria popular: “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.”
Bem... Alguns dos ministros, amigos, apoiantes e financiadores das suas campanhas eleitorais não abonam nada a seu favor. Embora, na minha opinião, esta gente reflete exactamente a essência do Cavaquismo.
Oliveira e Costa - Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do governo Cavaquista entre 1985 e 1991. Ex presidente do famoso BPN.
A história deste fulano já é mais conhecida que os tremoços, nem vale a pena escrever mais nada.

Dias Loureiro - Ministro dos governos Cavaquistas. Assuntos Parlamentares entre1987 e 1991, Administração Interna entre1991 e 1995.
Associado aos crimes financeiros do BPN, com ligações ainda não clarificadas ao traficante de armas libanês, Abdul Rahman El-Assir, de quem é grande amigo.
Foi conselheiro de estado por nomeação directa de Cavaco Silva, função que ocupou com a “bênção” de Cavaco, até já não ser possível manter-se no lugar devido às pressões políticas e judiciais.
Encontra-se actualmente, muito confortavelmente a viver em Cabo Verde.

Ferreira do Amaral - Ministro dos governos Cavaquistas. Comércio e Turismo, entre 1985 e 1990, Obras Públicas, Transportes e Comunicações entre 1990 e 1995. Foi nesta condição (ministro das obras públicas do governo Cavaquista) que assinou os contratos de construção da Ponte Vasco da Gama com a Lusoponte, e a concessão (super-vantajosa para a Lusoponte) de 40 anos sobre as portagens das duas pontes de Lisboa.
Ferreira do Amaral é actualmente presidente do conselho de administração da Lusoponte. (Apenas por mera coincidência...)

Duarte Lima - Lider da bancada do PPD/PSD durante o Cavaquismo.
Envolvido em transacções monetárias “estranhas” no caso Lúcio Tomé Feteira.
A juntar a isto tudo (e que já não é pouco!), tenho ainda a opinião de que Cavaco Silva é demasiado inculto e arrogante. O que na minha opinião são atributos dispensáveis para um Presidente da República.
Por estas e por outras, e porque ainda tenho memória, jamais votaria em Cavaco Silva.
Artigo de Rogério Leite Ferreira, In bandeira-vermelha.blogs.sapo.PT
 
 
 
 
 
Artigo completo em:  JornalQ

Felgueiras Bancário gastou milhões em carros. No IRS declarou tostões

Falso bancário roubou 2,3 milhões de euros a 600 clientes.


Bancário gastou milhões em carros. No IRS declarou tostões


A história de Arménio Ferreira já não é desconhecida. O empresário de 35 anos criou um banco falso, o AMC Invest, e com o dinheiro dos clientes vivia uma vida de luxo. 
O esquema do burlão de Felgueiras foi descoberta em fevereiro e os dados agora divulgados pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal revelam que os depósitos de milhão que possuía nada condiziam com as declarações de IRS, IVA e IRC que Arménio fazia.
Sabe o Jornal de Notícias que, em 2012, ano em que declarou ter recebido 14.414 euros nas Finanças, Arménio assinou um contrato de aluguer de um Porsche Cayenne no valor de 116 mil euros. Já no ano seguinte, declarou ter ganho 3.389 euros, e assinou outro contrato de aluguer no valor de 120 mil euros por um Mercedes CLS 350 CDI.
Também a mulher do empresário não foge ao esquema. Em 2013, Margarida Magalhães declarou 5.497 euros de rendimentos no IRS. No mesmo ano assumiu um contrato de aluguer de 42.500 euros de um Mercedes A200.
Arménio Ferreira burlou cerca de 2,3 milhões de euros a cerca de 600 clientes que acreditaram na sua palavra. Agora, foi acusado de burla agravada, branqueamento de capitais, receção ilícita de depósito e fraude fiscal.
 
 
 
 
Artigo completo em:   Noticias ao Minuto
 

CARTA DE UM SPORTINGUISTA AO BDC.

Foto de António Peres.
 
 
CARTA DE UM SPORTINGUISTA AO BDC.
Caro Presidente do Sporting Clube de Portugal
Dr. Bruno de Carvalho
...
Ou melhor,
Caro Bruno de Carvalho
Espera, é melhor mesmo tratar-te por tu.
Em primeiro lugar porque somos praticamente da mesma idade, depois porque frequentámos os mesmo locais durante a nossa adolescência, estivemos juntos na Juventude Leonina na época dos irmãos Rocha e estou certo que temos o mesmo amor e adoração pelo nosso clube de sempre o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.
Temos o mesmo nome, somos (segundo julgo saber) formados em gestão do Desporto …
No que diz respeito ao nosso clube, talvez a única coisa que nos distinga é o facto de durante mais de 15 anos da minha infância e juventude ter representado o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL como atleta, e por isso ainda hoje ter bem presente o que significam as palavras: ESFORÇO, DEVOÇÃO, DEDICAÇÃO E GLÓRIA … EIS O SPORTING.
Não me parece, atendendo á tua fisionomia, que alguma vez tenhas tido a possibilidade ou mesmo a honra de sentir o que é defender e lutar pela camisola do nosso SPORTING CLUBE DE PORTUGAL sem qualquer contrapartida que não fosse o real amor pelo nosso clube.
Mas peço-te desculpa se estou enganado.
Mas quem representou o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL sabe e conhece o que significa HONRA, COMPROMISSO, conhece ainda o VALOR DA PALAVRA e até pelas “lutas” que travou na competição, sabe ainda que somos diferentes e nos distinguimos dos nossos adversários pela forma de estar e sentir o Clube.
Talvez por isso, e só mesmo por esse motivo, consiga entender que tu não percebas o que é LEALDADE, o que é TRABALHAR EM EQUIPA, e acima de tudo não consigas compreender que ações do tipo “chico esperto” não são dignas de quem, como tu, está na posição de presidente do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.
Acredita que estou estupefacto com o motivo que arranjaste para dispensar o treinador do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, Marco Silva.
Despedimento por JUSTA CAUSA !!! Por não ter vestido o fato oficial do clube !?! Por faltar a uma reunião !?! A sério !!! Depois deste técnico ter conseguido conquistar a Taça de Portugal.
Como Sportinguista estou envergonhado !
Nem o Luís e o Jorge, presidentes dos clubes de Carnide e das Antas, tiveram a coragem de nos inúmeros anos que levam à frente dos seus clubes de chegar tão longe, e olha que ambos já conquistaram muitos títulos, coisa que tu só conseguiste agora pela mão desse “incompetente” Marco Silva.
Não está sequer em causa a contratação de mais um funcionário para o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL como o Jorge Jesus, apesar de não lhe encontrar qualquer qualidade pessoal, reconheço a sua competência profissional e até acho que te pode ajudar a gerir o nosso Clube.
Mas por favor deixa de te comportar como “membro de Claque” e assume o papel de Presidente do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, essa “brincadeira” de andares às cavalitas dos jogadores e vice-versa, não te fica bem, não é digna de um presidente dum clube com a História e o Prestigio do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL. Atitudes como as que estás a ter agora não dignificam a imagem do nosso clube.Tu não percebes nada de Futebol e por isso é que te dás ao trabalho de contratar pessoas que julgas com qualidades para gerir essa área, não inventes e não te metas armado em adjunto de bancada.
Um presidente do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL assume os seus atos SEMPRE, e não se esconde atrás de advogados e colaboradores. Entendo por isso como um ato de cobardia o facto de não teres estado presente na reunião em que resolvestes acabar o vínculo contratual com um teu funcionário.
E olha que a tua idade e inexperiência não serve para desculpar a falta de carácter que revelaste neste assunto.
Limita-te a gerir o clube e direcionares os teus esforços, como parece que és competente, em angariar dinheiro para que o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL tenha um dos treinadores mais bem pagos do mundo.
Depois das notícias de hoje acredita que fiquei bastante mais confiante que o Pavilhão vai ser mesmo construído, aliás peço-te que pares já com a campanha de angariação de fundos “Missão Pavilhão”, porque até é pornográfico estares a pedir aos sócios e simpatizantes que ajudem quando estás tão folgado no que diz respeito a contratações. Da minha parte podes ter a certeza que não contas com mais nenhum cêntimo para esse fim.
Mas Bruno, tu não és o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, estás nesse cargo para servir o nosso clube, estás de passagem e terás que te esforçar para no mínimo não envergonhar os sócios que como eu sentem este clube há mais de 40 anos.
Neste momento não estás a ser digno do lugar que ocupas e o mínimo que deverias ter feito nesta situação era teres-te comportado como um HOMEM. Assumias que o Marco Silva não fazia parte dos teus planos, despedias o Senhor com a respetiva indeminização, e contratavas o treinador que bem entendesses.
Isso sim era de HOMEM!
Mas infelizmente, assim não foi, tenho pena, muita pena mesmo, por ti, que poderias vir a ser recordado no futuro como aquele que realmente mudou o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL mas que vais ser recordado como o garoto sem carácter e sem classe que saiu diretamente da claque para a cadeira de presidente.
Tenho mesmo pena …


Bruno de Almeida
Sócio do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL
Nº 12529




Eu Também tenho pena.





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MP investiga gastos de milhares de euros na Metro Mondego em hotéis, vinho e striptease

PJ concluiu investigação num inquérito em que seis ex-administradores são arguidos por administração danosa, peculato e participação económica em negócio. Cartões de crédito da empresa pública pagaram despesas pessoais e responsáveis duplicaram estudos e custos.
 
 
 
 
 
Em quase duas décadas de existência, o projecto da Metro Mondego quase não saiu do papel, mas das suas contas saíram cerca de 100 mil euros que ex-administradores usaram em despesas pessoais pagas com cartões de crédito da empresa pública. Seis ex-administradores, dois anteriores presidentes e quatro antigos vogais executivos são arguidos num inquérito do Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra em que estão em causa crimes de administração danosa, peculato e participação económica em negócio que terão ocorrido entre 2004 e 2010, segundo o processo ao qual o PÚBLICO teve acesso.
Num caso, um dos administradores usou o cartão de crédito, que lhe tido sido distribuído pela empresa para despesas inerentes ao cargo, para gastar 72 mil euros em jogos de computador, perfumes, artigos de decoração, estadias em hotéis, compras no supermercado, vinho, material de surf e até para pagar serviços numa empresa organizadora de eventos, especializada em festas infantis, sublinha o relatório final da PJ de Coimbra que concluiu recentemente a investigação. Este responsável foi avisado pela empresa de que as despesas que pagou eram pessoais. Apesar da advertência, continuou a usar o cartão para o mesmo tipo de pagamentos.
Parte da despesa foi paga através de cash advance, ou seja, o administrador levantou 17 mil euros com o cartão de crédito onerando a empresa com uma taxa de 5% de juro. No relatório, a PJ sustenta que os cartões de crédito eram “usados despudoradamente” e os inspectores foram mesmo surpreendidos por uma despesa inesperada para uma empresa pública. Em Dezembro de 2005, um dos arguidos deslocou-se ao bar de striptease Elefante Branco, em Lisboa e pagou uma conta de 139 euros com um dos cartões da empresa.
Outro administrador pagou 27 mil euros com o cartão de crédito da empresa. Foi o próprio departamento financeiro da Metro Mondego que detectou a situação e informou os administradores que as despesas, não tendo justificação profissional nem tão-pouco existindo os respectivos recibos, eram pessoais. Por isso, os dois viriam a devolver, mas não de forma total, os valores vários anos após saírem dos seus cargos. Um deles fê-lo em 2010, três anos após deixar funções.
Estudos e custos duplicados
Em causa está ainda o facto de a empresa ter encomendado em 2010 dois estudos por ajuste directo a duas firmas privadas com o mesmo objectivo: procurar saber os custos operacionais da Sociedade Metro Mondego. Contratou uma empresa à qual pagou 60 mil euros e, sem esperar pelas conclusões, pediu igual estudo a outra à qual pagou 55 mil euros. “Valores sempre superiores ao previsto inicialmente pela Metro Mondego”, sublinha PJ. No total, a Metro Mondego duplicou as despesas em relação ao mesmo objectivo: 115 mil euros.
“O convite à segunda empresa para a realização do estudo acontece quando a primeira empresa ainda estava a elaborar o relatório final”, destaca ainda a PJ. Já em 2011 o Tribunal de Contas arrasara a gestão da sociedade com uma auditoria em que revelou que o projecto sofreu um aumento de custos quatro vezes superior, tendo passado de uma estimativa de 112,8 milhões de euros, em Abril de 1997, para 512 milhões de euros, em Janeiro de 2011. A auditoria é uma das peças-chave neste inquérito-crime. O processo teve, porém, origem numa denúncia apresentada em 2011 por um funcionário judicial e por Jaime Ramos, porta-voz do Movimento Cívico de Coimbra, Góis, Lousã e Miranda do Corvo e ex-presidente de câmara neste município. Na queixa, os dois davam conta de crimes de sabotagem, gestão danosa e delapidação de património público.
No ano passado, ambos queixaram-se de que, passados mais de dois anos, ainda não tinham sido ouvidos e pediram a aceleração processual do caso considerando que o prazo de inquérito já tinha sido ultrapassado. A Procuradoria-Geral da República recordou que o processo é complexo e indeferiu o pedido.
A Metro Mondego foi fundada em 1996, mas a linha nunca foi criada. O projecto resultou apenas em demolições de edifícios na Baixa de Coimbra e eliminação de linhas de comboio que serviam esta cidade, o que gerou grande contestação. Em 2009, os comboios deixaram de circular no Ramal da Lousã, primeiro apenas entre Serpins e Miranda do Corvo e, um mês depois, em toda a extensão da ferrovia com o arranque das obras do metro.
Em 2010, o Governo suprimiu às duas empreitadas em curso a colocação de plataformas na via, dos carris, bem como de toda a catenária, justificando a decisão com os cortes do Plano de Estabilização e Crescimento (PEC) 3. O Ramal da Lousã foi desactivado em Janeiro de 2010, estando concluída apenas parte da empreitada. As obras foram interrompidas após um investimento de cerca de 140 milhões de euros. Em 2011 o Governo anunciou a extinção da empresa, que, porém, continua activa. Em 2013, gastava 500 mil euros só com remunerações.
Esta não é a primeira vez que no DIAP de Coimbra investiga aquela empresa pública. Em Novembro de 2010, abriu uma averiguação preventiva com base numa notícia do jornal “As Beiras” que dava conta de que a Metro Mondego pagava o aluguer de automóveis que estariam a ser usados por administradores já demitidos. O uso dos veículos foi equiparado a remunerações acessórias e a averiguação foi arquivada. O DIAP considerou não existirem indícios de crimes de administração danosa e abuso de poder. De acordo com o relatório e contas de 2009, a empresa pagou quase 30 mil euros pelo aluguer dos três automóveis nesse ano.
 
 
 
 
Artigo completo em:    O Público