terça-feira, 31 de março de 2015

Restaurante penhorado em quatro bolos devido a dívida de 92 mil euros ao Fisco

Restaurante penhorado em quatro bolos devido a dívida de 92 mil euros ao Fisco

Um restaurante que mantém uma dívida de 92 mil euros ao Estado viu serem-lhe penhorados, no mês passado, quatro bolos, no valor de 30 cêntimos cada.

A notícia é avançada na edição desta segunda-feira do Diário Económico, acrescentando que, de acordo com o advogado do estabelecimento, uma conta bancária teria já sido anteriormente penhorada, juntamente com outros quatro bolos.





Acesse ao Artigo completo em:    Diário Digital

segunda-feira, 23 de março de 2015

A finalidade da fatura com NIF! Assim será em 2019!

A finalidade da fatura com NIF! Assim será em 2019!
A finalidade da factura com número de identificação fiscal é este!
Estamos a dirigir-nos para ela com uma incrível velocidade e sem nos dar-mos conta disso!
Pedir NIF na factura para habilitar-se a uma viatura de alta cilindrada é apenas o início…
Eles o que querem e compilar o máximo de informações sobre cada um de nós, uma gigantesca base de dados.
Em 2019 vai ser assim!


- Telefonista: Pizza Hut, boa noite!
– Cliente: Boa noite, quero encomendar Pizzas…
– Telefonista: Pode-me dar o seu NIF?
– Cliente: Sim, o meu Número de Identificação Nacional é o 6102 1993 8456 5463 2107.
– Telefonista: Obrigada, Sr. Lacerda. O seu endereço é na Avenida Paes de Barros, 19, Apartamento 11, e o número do seu telefone é o 215494236, certo?
O telefone do seu escritório na Liberty Seguros é o 21 574 52 30 e/ou o 21 574 52 30 e o seus telemóveis são o 962662566 e o 964756690, correcto?
– Cliente: Como é que conseguiu todas essas informações?
– Telefonista: Porque estamos ligados em rede ao Grande Sistema Central…
– Cliente: Ah, sim, é verdade! Quero encomendar duas Pizzas: uma Quatro Queijos e outra Calabresa…
– Telefonista: Talvez não seja boa ideia…
– Cliente: O quê…?
– Telefonista: Consta na sua ficha médica que o senhor sofre de hipertensão e tem a taxa de colesterol muito alto. Além disso, o seu seguro de vida, proíbe categoricamente escolhas perigosas para a saúde.
– Cliente: Claro! Tem razão! O que é que sugere?
– Telefonista: Por que é que não experimenta a nossa Pizza Superlight, com Tofu e Rabanetes? Prometo, o senhor vai adorar!
– Cliente: Como é que sabe que vou adorar?
– Telefonista: O senhor consultou a página ‘Receitas Gulosas com Soja da Biblioteca Municipal, no dia 15 de Janeiro, às 14:27h e permaneceu ligado à rede durante 39 minutos o que me leva a pensar que gostou do que viu e daí a minha sugestão…
– Cliente: Ok, está bem! Mande-me então duas Pizzas tamanho familiar!
– Telefonista: É a escolha certa para o senhor, a sua esposa e os vossos quatro filhos, pode ter a certeza.
– Cliente: Quanto é?
– Telefonista: São 49,99.
– Cliente: Quer o número do meu Cartão de Crédito?
– Telefonista: Não é preciso, mas lamento, pois o senhor vai ter que pagar em dinheiro. O limite do seu Cartão de Crédito foi ultrapassado.
– Cliente: Tudo bem. Posso ir ao Multibanco levantar dinheiro antes que chegue a Pizza.
– Telefonista: Duvido que consiga já que a sua Conta de Depósito à Ordem está com o saldo negativo.
– Cliente: Meta-se na sua vida! Mande-me as Pizzas que eu arranjo o dinheiro. Quando é que entregam?
– Telefonista: Estamos um pouco atrasados. Serão entregues em 45 minutos. Se estiver com muita pressa pode vir buscá-las, se bem que transportar
duas Pizzas na moto, não é lá muito aconselhável. Além de ser perigoso…
– Cliente: Mas que história é essa? Como é que sabe que eu vou de moto?
– Telefonista: Peço desculpa, mas também reparei aqui que não pagou as últimas prestações do carro e ele foi penhorado, entretanto, como a sua moto está paga, pensei que fosse utilizá-la.
– Cliente: Fod…!
– Telefonista: Gostaria de pedir-lhe para não ser mal educado… Não se esqueça de que já foi condenado em Julho de 2006 por desacato em público com um Agente da Autoridade
– Cliente: (Silêncio)…
– Telefonista: Mais alguma coisa?
– Cliente: Não. É só isso… Ah, espere… Não se esqueça de mandar os 2 litros de Coca-Cola que constam na promoção.
– Telefonista: O regulamento da nossa promoção, conforme citado no artigo 095423/12, proíbe a venda de bebidas com açúcar a pessoas diabéticas…
– Cliente: Ah! Vou atirar-me pela janela!
– Telefonista: Cuidado que pode torcer um pé, já que o senhor mora no rés-do-chão…!









Artigo completo em:   Vamos la Portugal

domingo, 22 de março de 2015

Regressar a Portugal? Já estamos muito bem instalados, muito obrigado

Não, senhor Secretário de Estado, não somos calões, nunca o fomos, somos professores, enfermeiros, engenheiros, pescadores, operários, trabalhadores da construção civil, etc


Ouvi dizer em como por essas bandas de Portugal existe agora um Secretário de Estado interessado em ter os emigrantes de volta. Quais emigrantes, senhor Secretário de Estado? Porque, afinal, ninguém emigrou do país, não, isso de as pessoas terem tido que emigrar por causa das políticas de tantos governos, incluindo o vosso, são tudo falsidades difundidas por um sem número de media sedentos de sangue e sedentos de vendas no intuito único de maldizer o bom nome de quem fez, e faz, tanto por Portugal. Não. Ninguém emigrou e não só eu não estou a escrever esta crónica de Inglaterra, como aquilo que eu agora vi passar nem sequer é um "double-decker" com destino a Charing Cross.

 

Não, isso são tudo invenções do meu cérebro, porque o Alzheimer não tarda em atacar e o senhor doutor já me disse para pôr o comprimido debaixo da língua. Porque, senhor Secretário de Estado, ninguém emigrou “derivado“ dos milhares de empregos criados pelo seu Governo na presente legislatura. "Or so I’ve been told". Não.

 

Mas se nos querem tanto de volta, comecem desde já por reconhecer os vossos erros. Comecem desde já por admitir a vossa responsabilidade no exílio, perseguição e expulsão de seiscentos mil portugueses, assim desmembrando, dedo a dedo, braço a braço, sem anestesia nem dó, o som dos ossos a partir e a carne a rasgar de seiscentas mil famílias, as quais não nos terão de volta, mesmo sabendo ser esse o desejo de Vossa Excelência: o senhor Secretário de Estado. Porquê? Porque já estamos muito bem instalados, muito obrigado, empregados, remunerados, reconhecidos, com direito a férias, subsídios de doença, licenças de maternidade e paternidade, pensões de reforma e tudo o mais quanto o governo de Portugal tem insistido em atacar sob a égide da calonice nacional.

 

Não, senhor Secretário de Estado, não somos calões, nunca o fomos, somos professores, enfermeiros, engenheiros, pescadores, operários, trabalhadores da construção civil, empregadas domésticas e empregados de hotel, erigimos países inteiros e Portugal é demasiado pequeno para todos nós. Porque se nos querem de volta, saiam vocês primeiro, mas de joelhos. E, ao saírem, não se esqueçam de bater nas portas de todas as casas de todas as ruas de todas as vilas e cidades de Portugal pedindo perdão por todo o sofrimento causado. Não o terão, mas o que conta é a intenção.



Bravo João André. Não o diria melhor!!





Ler em:  O Publico

domingo, 15 de março de 2015

Finanças avançam com inquérito a funcionária envolvida no Swissleaks

A Inspecção-Geral de Finanças (IGF) reagiu nesta sexta-feira à notícia da TVI que dava conta de um quadro daquele organismo envolvido no caso Swissleaks e anunciou a abertura de um inquérito.
A IGF esclarece através de comunicado que “a funcionária mencionada não exerce cargo dirigente nem funções no domínio do controlo tributário”.
“O facto noticiado, apesar de se tratar de um assunto do foro familiar sem relação com a sua actividade profissional, logo que foi conhecido pela direcção da IGF determinou, de imediato, a decisão de abertura de inquérito, a instruir por entidade externa e independente”, acrescenta o curto comunicado.
Segundo a TVI revelou no jornal das 8 de quinta-feira, para além de ser um alto quadro do ministério, a funcionária tem um grande currículo como membro de empresas públicas. Ela e outros seus familiares terão recorrido ao banco HSBC, em Genebra, sedeando o dinheiro numa offshore, a Bordel Investment Holdings Limited, das Ilhas Virgens Britânicas.
Em causa, estavam, em 2006/2007 (anos a que remontam os dados), 428 mil dólares (cerca de 403 mil euros).
A funcionária pertence aos quadros da IGF, mas exerceu durante anos cargos de responsabilidade em empresas públicas como o Metro do Porto, as Águas e Portugal, a ANA – Aeroportos e Navegação Aérea, a Transtejo, a Parque Expo, a Docapesca ou o Hospital Distrital de Santarém. 
Ainda segundo a TVI, o seu nome está associado ao de outros parentes seus também com ficha na mesma filial do banco, na Suíça: António Mouteira da Rocha Bacelar, com 1.639.218 dólares (1.544.537 euros), e António Lourenço Bacelar, com 397.204 dólares (374.261 euros). 
O caso Swissleaks envolve o banco HSBC, através da sucursal de Genebra, que terá montado um esquema que envolve 180 milhões de euros e que se destinava a ajudar os clientes a escapar aos impostos.
A investigação foi feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação e publicada no início de Fevereiro.
Estas operações financeiras remontam aos anos de 2006 e 2007 e envolvem 106 mil clientes de 203 países, nomeadamente Portugal, que aparece em 45.º lugar na lista, com valores que rondam os 850 milhões de euros.
Nesta sexta-feira, o jornal inglês The Guardian revela que o procurador-geral francês responsável pelas finanças pretende avançar com um processo judicial ao banco HSBC por fugas aos impostos.
A autoridade tributária portuguesa já anunciou que está a investigar os portugueses envolvidos no caso.

terça-feira, 3 de março de 2015

Técnicos oficiais de contas: se Passos "desconhece esta lei, de certeza que desconhece outras"

Bastonário considera que Passos Coelho beneficiou de tratamento diferenciado no caso das dívidas à Segurança Social e afirma que as declarações públicas do chefe de Governo sobre este assunto são "um desastre político". "O senhor primeiro-ministro, como máximo responsável da gestão do pais, dizer que desconhecia a lei é muito grave. Se desconhece esta lei, de certeza que desconhece outras leis, e isso deixa os contribuintes em situações muito complicadas."

Ler mais:   Jornal Expresso

domingo, 1 de março de 2015

Ministro da Segurança Social diz que Passos foi «vítima de erros» da administração

Ministro da Segurança Social diz que Passos foi «vítima de erros» da administração



O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social considerou hoje que o primeiro-ministro foi «vítima de erros da própria administração», à semelhança de milhares de portugueses, referindo-se à anterior dívida de Passos Coelho à Segurança Social.

"Percebemos que há muitos anos, há cerca de 10 anos, 107 mil portugueses foram nesse sentido vítimas de erros da própria administração. Eu sinto sinceramente que os cidadãos não podem ser penalizados por erros", afirmou Pedro Mota Soares aos jornalistas, à entrada para a sessão de encerramento das jornadas do PSD e CDS sobre investimento, no Porto.
O jornal Público noticiou hoje que, entre outubro de 1999 e setembro de 2004, Pedro Passos Coelho acumulou dívidas à Segurança Social, tendo decidido pagar voluntariamente este mês, num total de cerca de 4.000 euros. Em resposta ao diário, o chefe do Governo disse que nunca foi notificado da dívida, que prescreveu em 2009.
O ministro da Segurança Social frisou que o primeiro-ministro "já deu um esclarecimento factual e claro sobre esta situação".
Para Mota Soares, que remeteu mais esclarecimentos sobre a questão para o Instituto da Segurança Social, apenas destacou que "não havia uma obrigação de pagar dívidas já prescritas e mesmo assim" o primeiro-ministro "optou por pagar".
"Vários cidadãos foram sujeitos a erros, ninguém deve ser prejudicado por esses erros", concluiu.
O primeiro-ministro, na resposta ao Público, afirma que, em 2012, foi confrontado com dúvidas sobre a sua situação contributiva e que, nessa altura, o Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa lhe indicou que tinha em dívida 2880,26 euros, acrescida de juros de mora e que essa dívida, apesar de prescrita, poderia ser paga "a título voluntário e a qualquer momento para efeito de constituição de direitos futuros".
Segundo o Público, Passos Coelho disse ainda que a Segurança Social o informou em 2012 de que a sua situação "não era diferente da de mais de 107 mil portugueses, igualmente trabalhadores independentes, os quais terão sido alegadamente notificados por carta simples em junho de 2007".
Sobre o facto de só este mês ter saldado esta dívida, o primeiro-ministro disse que pretendia fazê-lo "apenas em momento posterior ao do exercício do atual mandato", mas, face às perguntas do Público, decidiu "proceder desde já ao pagamento daquele montante" para "pôr termo às acusações infundadas sobre a sua situação contributiva".
Ao Público, Passos Coelho manifestou-se ainda perplexo por terceiros "estarem alegadamente na posse de dados pessoais e sigilosos relativos à sua carreira contributiva".




Artigo completo em:    Diário Digital


Passos Coelho acumulou dívidas à Segurança Social durante cinco anos

Primeiro-ministro afirma que nunca foi notificado da dívida, criada entre 1999 e 2004, e que ela prescreveu em 2009, facto de que diz ter tomado conhecimento em 2012. Apesar disso adianta que pagou já este mês, voluntariamente, cerca de 4 mil euros, depois de ser questionado pelo PÚBLICO.




Mais de cem mil portugueses, sobretudo trabalhadores precários pagos a recibos verdes, andaram com o coração na boca em 2007 e 2008. A Segurança Social estava então a notificá-los de que deviam elevados montantes, relativos a contribuições não entregues — mesmo em anos em que não tinham ganho um cêntimo. Pedro Passos Coelho era um dos que devia alguns milhares de euros por contribuições não pagas entre 1999 e 2004.
Nessa altura, em 2007, ganhava mensalmente 7.975 euros de remuneração base como administrador das empresas Gestejo, Ribtejo e Tejo Ambiente, do grupo Fomentinvest, liderado por  Ângelo Correia. E, segundo disse esta semana ao PÚBLICO, nunca foi notificado pela Segurança Social de que se encontrava entre os devedores.
No entanto, entre o dia em que terminou o seu mandato de deputado, em Outubro de 1999, e Setembro de 2004, data em que recomeçou a descontar como trabalhador por contra de outrém, no grupo Fomentinvest, o então consultor da Tecnoforma não pagou quaisquer contribuições para a Segurança Social. Nesse período, além da Tecnoforma, onde era responsável pela área da formação profissional nas autarquias e auferia 2500 euros por mês mediante a emissão de recibos verdes, trabalhava também, sujeito ao mesmo regime, na empresa LDN e na associação URBE.
Nos dois primeiros anos em questão foi igualmente dirigente do Centro Português para a Cooperação, organização não-governamental financiada pela Tecnoforma. Foi esta organização que esteve, em Outubro passado, no centro de uma controvérsia sobre o carácter remunerado ou não das funções que Passos Coelho aí exerceu, e sobre uma fraude fiscal que então teria praticado no caso de ter sido remunerado, como alegavam as denúncias então surgidas e por si desmentidas.
Números divergentes
A obrigação que Passos Coelho tinha, entre 1999 e 2004, de pagar à Segurança Social uma quotização mensal equivalente a 25,40% do salário mínimo nacional — valor que oscilou entre os 77 e os 92 euros nos cinco anos em causa — resultava do decreto-lei 240/96, então em vigor, que estabelecia o regime de segurança social dos trabalhadores independentes. Passos tinha apresentado a sua declaração de início de actividade como trabalhador independente em 1 de Julho de 1996, quando era deputado na Assembleia da República, por ter começado a colaborar, a título remunerado, com alguns órgãos de comunicação social.
Nos três anos seguintes, até Outubro de 1999, os seus descontos para a Segurança Social continuaram a ser efectuados pela Assembleia da República, pelo que ficou automaticamente isento da obrigação de contribuir como trabalhador independente. Ao cessar as funções de deputado ficou, no entanto, sujeito ao pagamento da contribuição mensal dos trabalhadores independentes.
De acordo com os dados recolhidos pelo PÚBLICO, essas contribuições não foram pagas na altura própria, atingindo a dívida o valor de 5016 euros em Setembro de 2004, data em que passou a descontar através de algumas das empresas de que se tornou administrador. A esse montante acresciam ainda os juros de mora, que perfaziam 2413 euros em meados de 2013, num total em dívida de 7430 euros.
Contudo, Passos Coelho disse ao PÚBLICO esta semana que, segundo os dados que a Segurança Social lhe forneceu em 2012 e confirmou no fim do mês passado, a dívida que tinha acumulado até ao final de 2004 era de 2880 euros. A esta dívida acresciam juros de mora no valor de 1034,48 euros.
Quando as notificações deste género de dívidas começaram a chegar a casa dos contribuintes em 2007, o pânico atingiu milhares de trabalhadores independentes, sobretudo jovens pagos mediante falsos recibos verdes. No site do movimento FERVE - Fartas/os d’Estes Recibos Verdes, então criado, encontram-se ainda numerosos testemunhos de contribuintes que se viram confrontados com essa situação e até com ameaças de penhoras. O tema estava na ordem do dia, com debates, manifestações, blogues e uma petição à Assembleia da República, lançada em 2009, que reuniu 12 mil assinaturas.
Alguns dos devedores conseguiram ajuda das famílias e de amigos para pagar as somas exigidas pelo Estado, a pronto ou a prestações, enquanto outros contestaram as dívidas alegando a sua prescrição. Outros ainda, assustados com o que estava a acontecer e com o que liam nos jornais, passaram dias nas filas da Segurança Social a tentar saber se deviam alguma coisa e como é que haviam de resolver o problema.
Passos foi informado em 2012
Passos Coelho, todavia, nunca tomou qualquer iniciativa, conforme se depreende do email que o seu gabinete fez chegar ao PÚBLICO no início desta semana, em resposta a perguntas que lhe foram dirigidas a 29 de Janeiro. “O primeiro-ministro nunca teve conhecimento de qualquer notificação que lhe tenha sido dirigida dando-lhe conta de uma dívida à Segurança Social referente ao período em que exerceu a actividade de trabalhador independente, pelo que desconhecia a sua eventual existência”, lê-se na resposta.
O primeiro-ministro explica que, já em 2012, depois de estar a chefiar o Governo há cerca de um ano, foi confrontado — não dizendo por quem — com dúvidas sobre a regularidade da sua situação contributiva. Nessa altura, acrescenta, questionou o Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa, tendo-lhe sido respondido que “estava registada a quantia de 2880,26 euros, acrescida de juros de mora à taxa legal em vigor”.
Independentemente do facto de a referida quantia corresponder aproximadamente à dívida que tinha em Agosto de 2002 — segundo os documentos obtidos pelo PÚBLICO — e não incluir a que foi gerada desde essa data até Setembro de 2004 (atingindo o total de 5016 euros), a resposta do gabinete do primeiro-ministro confirma que, pelo menos entre 1999 e o Verão de 2002, Passos Coelho nada pagou à Segurança Social.
O primeiro-ministro diz também que a informação oficial que lhe foi fornecida em 2012 indica que os referidos 2880,26 euros, mais os juros, poderiam ser pagos “a título voluntário e a qualquer momento para efeito de constituição de direitos futuros, desde que o contribuinte não optasse por invocar a sua prescrição, a qual já ocorrera em 2009”.
Perante esta informação, Passos também nada fez, explicando agora que pretendia “exercer o direito, que  a lei lhe reconhece, de contribuir voluntariamente para a sua carreira contributiva”, mas “apenas em momento posterior ao do exercício do actual mandato”.
No entanto, acrescenta, face às perguntas do PÚBLICO, “decidiu proceder desde já ao pagamento daquele montante, pretendendo assim pôr termo às acusações infundadas sobre a sua situação contributiva”. A resposta do gabinete diz que a decisão de pagar agora o valor de 2880,26 euros, acrescido de 1034,48 euros de juros foi tomada por Passos Coelho apesar de a obrigação de o fazer “se encontrar prescrita, logo, de não ser legalmente exigível a qualquer contribuinte nas mesmas circunstâncias”.
O primeiro-ministro diz ainda que a Segurança Social o informou em 2012 de que a sua situação “não era diferente da de mais de 107 mil portugueses, igualmente trabalhadores independentes, os quais terão sido alegadamente notificados por carta simples em Junho de 2007 para proceder ao pagamento de contribuições em falta”. A resposta adianta que, “atendendo ao elevado número de reclamações, em grande parte suscitadas pelo modo de notificação adoptado, a Segurança Social entendeu à época não participar os pagamentos em falta para efeito de cobrança coerciva, facto que não foi comunicado aos referidos contribuintes”.
Uma pergunta sem resposta
Confrontado com o facto de os documentos da Segurança Social obtidos pelo PÚBLICO referirem que Passos Coelho tinha uma dívida de contribuições e juros de mora substancialmente superior àquela que ele refere, o gabinete do primeiro-ministro reiterou que os dados que lhe foram transmitidos em 2012 e 2015, “em resposta a requerimentos” seus, indicam que “a quantia registada era de 2880,26 euros, acrescida de juros de mora à taxa legal em vigor”.
O PÚBLICO perguntou também ao primeiro-ministro se “tinha conhecimento de que o facto de estar colectado como trabalhador independente o obrigava a pagar mensalmente uma contribuição à Segurança Social desde a data em que deixou a Assembleia da República, em Outubro de 1999”. Na primeira resposta nada foi transmitido sobre esta matéria, razão pela qual a questão foi recolocada. Na nova resposta lê-se apenas: “Quanto ao mais, o primeiro-ministro já prestou as informações detalhadas que entendeu oportunas.”
Quando deixou os lugares que ocupava nas empresas do grupo Fomentinvest, em Março de 2010, Pedro Passos Coelho continuou a descontar para a Segurança Social como trabalhador por contra de outrém, mas agora através do Partido Social Democrata, onde passou a auferir a remuneração base de 7477 euros mensais, como presidente do partido, até entrar para o Governo. Nesse ano, o Presidente da República recebia 7249 euros por mês.
Nas respostas que enviou ao PÚBLICO, o primeiro-ministro “manifesta sua perplexidade para a circunstância de terceiros estarem alegadamente na posse de dados pessoais e sigilosos relativos à sua carreira contributiva, os quais nunca lhe foram oportunamente transmitidos pelas vias oficiais”. Com Cristina Ferreira





Artigo completo em:    O Público