Cão arrastado por carro está a recuperar
Sparky, o cão que, na passada
segunda-feira, foi arrastado por uma corda amarrada a uma carrinha e
abandonado, em Vila Real, está a recuperar bem no Hospital Veterinário
da Universidade de Trás-os-Montes, informou este domingo Ana Beatriz
Loureiro, a enfermeira que o ajudou.
foto DR |
![Cão arrastado por carro está a recuperar](http://www.jn.pt/Storage/JN/2012/medium/ng2216486.jpg) |
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Chocada
com a crueldade a que o animal foi sujeito, Ana Beatriz criou uma
página no Facebook para pedir donativos para pagar as contas do
hospital. No início da semana, a página tinha cerca de 1500 seguidores
mas, ontem à tarde, já ultrapassavam os 41 mil.
Depois de tratado, se ainda sobrar dinheiro, a enfermeira diz que vai pedir ajuda para escolher uma instituição a quem doá-lo.
Entretanto,
o cão já foi operado e recupera nos Cuidados Intensivos. "Está melhor,
mas ainda corre risco de uma infeção generalizada", prosseguiu a
enfermeira, que garante que já não imagina a sua vida sem Sparky:
"Quando ele sair, quero que todos vejam que ele teve direito a uma
segunda oportunidade".
Líderes do Bloco: "Prioridade é derrubar o Governo"
Os primeiros discursos dos dois novos líderes do BE, Catarina Martins e João Semedo centraram-se no ataque à troika e ao Executivo de Passos Coelho.
Catarina Martins e João Semedo sucedem a Francisco Louçã na liderança do BE
Alberto Frias
Num longo
discurso de meia hora e na sua primeira intervenção como líder do Bloco
de Esquerda, Catarina Martins fez um duro ataque à troika, ao
Governo e à direita. Traçando como meta principal da estratégia
bloquista derrubar a troika e o Governo, prometeu ir à luta e "apoiar e
participar em grandes iniciativas sociais de resposta ao Governo". "Onde
o Governo quer atacar o povo, é onde o pove se deve juntar", disse.
O tom é duro, as palavras carregadas. Considera que
"para a direita, o destino de quem nasce pobre é viver pobre".
Classifica o Governo de ter "uma fúria fanática" e de "preencher o
debate público" com "mentiras e disparates". A troika não tem direito a menos "mimos". Uma "gente que não negoceia, nem discute. Manda e ordena". Mais: "é o nosso inimigo. A troika é o inimigo que queremos vencere".
Soluções para derrubar "o Governo que não tem
legitimidade, nem honra, nem soluções" são, segundo Catarina Martins, um
Governo de esquerda e a constituição de várias frentes de
convergência. Quer criar foruns de debate nas áreas da Saúde, Educação e
outras. E quer "propor, apoiar e comprometer-se" com um Governo que
cumpra quatro condições: "anular o memorando com a troika e reestrutura a
dívida; controlar o crédito público para criar emprego; devolver os
salários e pensões e uma reforma dos sistema fiscal".
A intervenção terminou com o pavilhão do Casal Vistoso a aplaudir de pé a nova coordenadora.
Depois de Catarina Martins, seguiu-se João Semedo. Com
um discurso mais curto e também de forte ataque ao Governo, a
intervenção de Semedo começou no entanto com um improviso dedicado a
reforçar a unidade do partido daqui para a frente.
Depois de uma convenção em que se debateu muito a linha
política para o futuro, o novo co-líder do partido salientou que a
"diferença é a riqueza do Bloco"."Discutimos o que tínhamos de discutir.
E continuaremos a discutir. No Bloco de Esquerda há diferenças mas não
há linhas que nos separam", salientou Semedo.
Depois, virando-se para o Governo, Semedo repetiu o
discurso que já antes Catarina Martins tinha feito, de ataque ao
programa da troika. "Temos uma grande urgência em afastar este Governo,
em livrar o país deste Governo"."Demitir o Governo e correr com a troika é um desafio de toda a gente", acrescentou.
João Semedo enumerou ainda várias das lutas políticas
em que o Bloco se envolveu desde que nasceu, em 1999, como sejam a
paridade da política, o casamento dos homossexuais, a política da
toxicodependência ou o ataque à corrupção.
Marinho Pinto denuncia "golpe de Estado palaciano"
"Quer-se alterar radicalmente a fisionomia do Estado constitucional por um Estado que corresponde aos modelos ideológicos de quem hoje tem as rédeas do poder", disse o bastonário da Ordem dos Advogados.
O bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho e
Pinto, afirmou hoje que se está a querer "subverter" e não rever a
Constituição, estando em curso no país uma "espécie de golpe de Estado
palaciano".
"É uma espécie de golpe de Estado palaciano. Quer-se
destruir a Constituição, quer-se alterar radicalmente a fisionomia do
Estado constitucional por um Estado que corresponde aos modelos
ideológicos de quem hoje tem as rédeas do poder", salientou António
Marinho e Pinto, à margem da Universidade da Juventude Popular (JP) que
termina hoje em Vila Real.
Para o bastonário, quer-se "subverter, não é rever a
Constituição". "Porque para isso era preciso respeitar as regras de
revisão que estão na própria Constituição, designadamente as maiorias da
Assembleia Constituinte", acrescentou.
O debate à volta da "refundação" foi lançado pelo
primeiro-ministro, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD e
do CDS-PP.
Na altura, Pedro Passos Coelho afirmou que até 2014 vai
realizar-se uma reforma do Estado que constituirá "uma refundação do
memorando de entendimento" e defendeu que o PS deve estar
comprometido com esse processo.
Desde então que se debate no país a "refundação" e uma
revisão constitucional. Marinho e Pinto lembrou o projeto de revisão
constitucional apresentado há dois anos pelo PSD e que foi da autoria de
Paulo Teixeira Pinto.
"Essa refundação está lá nessa revisão constitucional
que foi retirada à pressa da discussão pública pelo escândalo que
provocou", sublinhou.
Conheça o deputado da maioria que votou contra o Orçamento
Rui Barreto e José Manuel Rodrigues
"Votei livre e conscientemente este Orçamento e tenho a noção que pagarei obviamente um preço sobre essa matéria", afirmou Rui Barreto de 36 anos, natural da ilha da Madeira e filiado no CDS desde 1997.
Desde que
José Manuel Rodrigues, líder dos centristas da Madeira, anunciou, na
semana passada, que ia dar indicações ao deputado no Parlamento nacional
para votar contra o Orçamento que as atenções se centraram em Rui
Barreto.
Rui Barreto foi o primeiro deputado madeirense a furar a
disciplina partidária e votar contra o Orçamento. Filiado no CDS desde
1997, dois anos depois de ter terminado o ensino secundário na Escola
Industrial e Comercial do Funchal, aderiu ao partido tornando-se
mlitante da juventude centrista.
O jovem deputado de 36 anos, na Assembleia desde outubro em
susbstituição, precisamente, de José Manuel Rodrigues,
não defraudou as expectativas deste seu "seu líder", que abandonou o
Parlarmento nacional para não votar contra o OE, e levantou-se
sexta-feira ao lado da oposição ao Governo.
Nos dias que antecederam a votação, Nuno Magalhães
tentou demover Rui Barreto, mas o deputado insular manteve-se fiel a
Rodrigues. Desde que chegara a Lisboa, que anunciara estar na capital
para defender os interesses da Madeira.
"Rapidamente quero entrar no jogo e estar presente na
discussão dos temas que são de interesse para a Madeira", disse à
Agência Lusa quando tomou posse, a 26 de setembro.
Sobre o Orçamento também foi claro: "Tudo vai depender
da proposta final do OE e nesta fase em que ainda está tudo confuso, não
vincularei qualquer sentido de voto", sublinhou na mesma entrevista.
Já em setembro, na sua página no Facebook, Barreto se
tinha mostrado contra o que se previa ser o Orçamento. "Temos de deixar o
papel de "bom aluno" que diz sim a tudo e optarmos por uma posição mais
acutilante." O então deputado regional instava o Governo a encontrar
"outras soluções de reequilibro das contas no Orçamento que não apenas
medidas sobre o rendimento do trabalho".
Motivos nacionais e regionais para votar contra
Rui Barreto, que pertence à Comissão Política do
CDS-Madeira desde 2003, justificou o voto contra com motivos nacionais e
regionais.
Além da crítica à austeridade nacional, o ex-vereador
da câmara do Funchal, durante 2010 e 2011, afirmou que a receita da
sobretaxa do IRS, que reverte para o Estado, deveria pertencer às
regiões.
Agora, está consciente de que a sua posição vai ter um
preço. "Votei livre e conscientemente este Orçamento e tenho a noção que
pagarei obviamente um preço sobre essa matéria", disse em declarações
aos jornalistas após a votação.
Licenciado em gestão de empresas, o deputado,
que Integra a Comissão Parlamentar de Assuntos Europeus, tem pautado as
suas intervenções sobre temas relacionados com a Madeira e com a
privatização da TAP.
Nas últimas eleições na Madeira, foi eleito deputado
regional, cargo que deixou quando foi chamado a exercer funções na
Assembleia da República. No arquipélago, empenhou-se na defesa da Zona
Franca da região e criticou o aumento de impostos para os madeirenses.
"São mais sacrifícios para os madeirenses e para as
empresas. Temos de exigir mais (...) de quem nos governa", disse, ao
"Diário de Notícias" da Madeira, em dezembro, sobre o aumento das taxas
de IRS e IRC.